A Extensão Rural oficial está presente há 68 anos no Estado do Rio Grande do Sul (RS). Ao longo desse tempo, vem sofrendo transformações, mas continua sendo uma das mais importantes políticas públicas para o meio rural, especialmente para a maioria dos pequenos municípios do Estado, nos quais a agropecuária é importante para a constituição do PIB. Por meio dela, todas as demais políticas públicas (municipais, estaduais e federais) são articuladas e ofertadas para as famílias no campo, promovendo assim o desenvolvimento sustentável.

Nos últimos nove anos, a extensão rural oficial e gratuita ofertada no RS, via Emater/RS-Ascar, não avançou em recursos financeiros e presenciou uma redução drástica do seu quadro de recursos humanos. Tal situação é muito preocupante, pois ocasionou uma sobrecarga de trabalho aos seus trabalhadores e trabalhadoras, que acabam, em muitas ocasiões,não conseguindo dar conta das demandas levantadas pelos públicos prioritários e instituições parceiras. Tudo isso levou há três anos à instituição, pela Associação dos Servidores da Ascar Emater/RS (Asae), do grupo de trabalho GT da Extensão Rural.

Nesse grupo, composto por extensionistas rurais, surgiu a ideia que acabou por se concretizar no “Repensar da Emater: por uma ATERS Qualificada e Forte”. Fomentado pela Asae para acontecer em 2022, não teve o apoio de parte da direção daEmater/RS-Ascar e foi adiado. Em 2023, foi “relançado”, mas desta vez pelo recém-formado Fórum Permanente das Entidades Representativas dos Empregados e Empregadas da Emater/RS-Ascar.

Nos meses de setembro e novembro, foram então realizados 12 Seminários Regionais em municípios do interior do RS, com a participação de 713 pessoas. No mês de dezembro, no auditório da Emater/RSAscar em Porto Alegre, foi o momento de 92 delegados eleitos representarem as regiões no Seminário Estadual, que discutiu e aprovou as proposições que seguem abaixo e visam nortear os próximos anos da Emater/RSAscar da perspectiva do seu corpo funcional.

Durante os debates, tanto nos seminários regionais como no seminário estadual, os temas prioritários trazidos pelos colegas, membros do Conselho Técnico Administrativo (CTA) e também pelos palestrantes, foram que os principais focos de atuação da EMATER/RS devem se dar na promoção dos alimentos saudáveis desde a produção até a comercialização, e o combate à fome nos meios rural e urbano na promoção da preservação ambiental para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a promoção de maior resiliência dos sistemas de produção, priorizando os públicos mais vulnerabilizados. Ainda permearam os debates a iminente necessidade de ampliação do orçamento para reposição do quadro de profissionais para fazer frente a essas grandes demandas das famílias rurais e da sociedade.

Fica o agradecimento aos envolvidos, seja de que forma tenha sido,no de correr desse processo que não se encerra, ao contrário, só se inicia, pois há ainda muito o que debater e fazer para que a Emater/RS-Ascar volte a “crescer” e continue a ofertar uma extensão rural social e assistência técnica de qualidade à sociedade gaúcha.